O Brasil é conhecido mundialmente como um grande produtor de milho, com produções que passam dos 105 milhões de toneladas. Porém, mesmo com essa elevada produção, produtores brasileiros ainda enfrentam importantes pragas, sendo a cigarrinha-do-milho a mais importante.
Em meio à diversidade de pragas prejudiciais ao milharal, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é atualmente considerada uma das mais importantes e severas, principalmente na América Latina.
Fonte: Sementes Biomatrix
Em Santa Catarina, por exemplo, a cigarrinha-do-milho vem causando prejuízos em praticamente todas as regiões do estado.
Associado à seca, o ataque de cigarrinhas reduziu da expectativa de colheita de produtores da região, passando de 2,9 milhões de toneladas para 2 milhões.
Por essa razão, cabe aos produtores se prepararem e utilizarem todas as ferramentas disponíveis, que em conjunto com o setor produtivo, ajudam a evitar novos danos por cigarrinha-do-milho na plantação de milho de SC e de todo o Brasil.
Índice de Conteúdo (clique e vá direto ao assunto que procura)
- 1. Cigarrinha-do-milho: danos expressivos se não controlada a tempo!
- 2. Dinâmica populacional da cigarrinha-do-milho
- 3. Produtores de Santa Catarina perderam muito com a cigarrinha
- 4. Estratégias para melhor controle da cigarrinha-do-milho
- Falar com um analista CHBAGRO
Cigarrinha-do-milho: danos expressivos se não controlada a tempo!
Dentre as muitas pragas que podem comprometer o rendimento da plantação de milho, a cigarrinha-do-milho é, sem dúvidas, uma das mais severas e que, por consequência, causa maiores prejuízos às lavouras.
Quando não controlada, a cigarrinha-do-milho pode dizimar grandes extensões de áreas de cultivo, que ocorrem concomitantemente, devido à facilidade de migração dessa praga.
As épocas de semeadura mais tardias, ou milho safrinha, são os cenários de maior pressão de ataque.
Este inseto sugador de seiva causa danos diretos e indiretos às plantas de milho pela sucção de seiva, injeção de toxinas e transmissão de fitopatógenos, principalmente aqueles relacionados aos enfezamentos.
O enfezamento caracteriza-se como uma doença causada por microrganismos da classe dos Mollicutes, conhecidos como espiroplasmas e fitoplasmas.
O Spiroplasma kunkelii é o agente causal do enfezamento-pálido, e o fitoplasma (Maize Bushy Stunt Phytoplasma) o agente causal do enfezamento-vermelho.
Na plantação de milho, os enfezamentos podem gerar danos intensos, ao ponto de não justificar a colheita, em razão das grandes perdas. Os danos mais recorrentes são:
- Redução da absorção e assimilação de nutrientes pela planta, com consequente redução no tamanho da planta;
- Redução na capacidade de produção de fotoassimilados;
- Encurtamento de entrenós;
- Ocorrência de super-espigamento;
- Espigas tornam-se improdutivas, apresentam redução no seu tamanho ou com falhas;
- Grãos apresentam má formação e ficam chochos.
Dinâmica populacional da cigarrinha-do-milho
A dinâmica populacional da cigarrinha-do-milho é bastante específica, com a época de plantio exercendo influência direta.
Aqueles cultivares ou genótipos de milho cultivados no verão, geralmente apresentam menor densidade populacional desta praga com pico de infestação de 2 cigarrinhas por planta.
Por outro lado, no cultivo de inverno a infestação é mais alta, chegando a mais de 5 cigarrinhas por planta, com pico populacional nas duas épocas entre 20 e 30 dias após o plantio, como é possível ver no estudo apresentado abaixo:
Fonte: Oliveira, 2020. Dinâmica populacional da cigarrinha do milho Dalbulus maidis durante dois cultivos em Paracatu, MG. a) Novembro de 2018 (verão). b) Julho de 2019 (inverno).
Vale salientar também que em áreas mais infestadas, os adultos da cigarrinha podem ser facilmente observados alimentando-se, preferencialmente, no cartucho das plantas de milho.
Já na entressafra, as cigarrinhas sobrevivem e se multiplicam em tigueras de milho ou outras lavouras de milho para as quais os adultos se dispersam pelo voo.
Produtores de Santa Catarina perderam muito com a cigarrinha
Na safra 2020/2021, a alta incidência de cigarrinha-do-milho está preocupando produtores de milho de Santa Catarina, que temem pelo impacto da praga na produtividade da cultura.
Para tristeza destes produtores, as estimativas de quebra da produção estão se confirmando.
Para a safra atual eles esperavam colher 2,9 milhões de toneladas, mas terão uma redução significativa na produção esperada.
Segundo dados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), os produtores catarinenses deixarão de colher mais de 800 mil toneladas, essencialmente nas regiões de Chapecó e São Miguel do Oeste.
É importante ressaltar que baixas populações da cigarrinha-do-milho sempre estiveram presentes na plantação de milho das principais regiões de cultivo de Santa Catarina, especialmente na segunda safra (“safrinha”), e que os danos diretos decorrentes da sucção de seiva são significativos apenas em altas infestações.
Porém, os levantamentos realizados nesta safra pela Epagri constataram, com base em testes moleculares, uma alta incidência de insetos com a presença dos patógenos (molicutes e vírus) associados.
Isso acendeu um alerta amarelo sobre os potenciais impactos para os milharais catarinenses.
Com base nesta preocupação e objetivando a redução da incidência desta praga no estado, um grupo de trabalho foi montado para o monitoramento constante e a melhoria da comunicação com produtores.
Com isso, cada produtor do estado poderá comunicar os órgãos de defesa sempre que houver sintomas de enfezamento nas áreas produtivas, poderá também receber alertas quando houver ocorrência de cigarrinha-do-milho na região.
Estratégias para melhor controle da cigarrinha-do-milho
Na plantação de milho, os sintomas do enfezamento são percebidos tardiamente com danos já crescentes, mas a presença da cigarrinha pode ocorrer desde os primeiros estádios de desenvolvimento do milho.
Exatamente por isso, estratégias de manejo isoladas não são efetivas no controle da cigarrinha.
Sendo assim, a recomendação é adotar estratégias integradas de manejo desta praga realizados de forma regionalizada.
Assim, algumas das mais importantes estratégias que auxiliam no controle dessa praga/vetor são baseadas em:
- Eliminar plantas voluntárias de milho na entressafra, já que estas podem servir de inóculo dos patógenos para contaminar as cigarrinhas;
- Utilizar cultivares de milho que sejam mais resistentes aos enfezamentos;
- Rotacionar cultivares de milho com níveis de resistência entre uma safra e outra;
- Fazer um planejamento que evite semeaduras tardias e cultivos subsequentes de milho;
- Evitar de realizar a plantação de milho próximos a lavouras onde já foram identificados enfezamentos;
- Concentrar as épocas de semeadura com o objetivo de redução da quantidade de cigarrinhas infectadas;
- Realizar o tratamento de sementes, uma prática fundamental dentro do programa de manejo para a proteção das plântulas;
- Realizar tratamento químico na parte aérea do milho.
Quanto ao tratamento químico, o agricultor tem um grande desafio a ser enfrentado, principalmente devido ao baixo efeito residual dos inseticidas, visto que o milho na fase vegetativa emite folhas novas constantemente e reinfestações da praga acabam exigindo pulverizações frequentes.
No entanto, para que a compra de defensivos químicos não faça com que as margens de lucro despenquem, é recomendável que o produtor invista também em um bom software agrícola, como é o caso do CHBAGRO.
O CHBAGRO é um software que permite a gestão financeira da compra e aplicação dos defensivos, permitindo controle total de entradas e saídas de produtos.
Por exemplo, quando há o lançamento da nota fiscal de compra de um defensivo agrícola, automaticamente o sistema gera uma despesa no módulo financeiro e adiciona esse insumo na aba de estoque.
Assim que o defensivo é aplicado, o sistema realiza cálculos para informar quanto a aplicação custou por talhão, permitindo formar os valores para negociar preços no mercado.
O sistema do CHBAGRO é baseado em mais de 70.000 programas e dados de mais de 600 fazendas em todo Brasil, permitindo conexão das áreas operacional e administrativa e uma gestão muito mais completa de toda a propriedade.
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