Manejo de solo argiloso

Publicado em 07/01/2020 | Atualizado em 29/03/2021

O solo argiloso possui características bem marcantes que podem influenciar totalmente na produtividade de sua lavoura. Por isso, o bom manejo é essencial para que a terra esteja sempre preparada da forma correta, permitindo o bom desenvolvimento das raízes e evitando as perdas por lixiviação.

Além de estar em dia com as análises de solo e cuidar de toda a parte química, promover ações físicas de conservação também é muito importante, principalmente na categoria dos solos argilosos. Confira a seguir qual a definição desse tipo de solo e como garantir um manejo adequado para uma produção de sucesso!

Solo Argiloso

O que é um solo argiloso?

O solo argiloso também é conhecido como terra roxa e solo pesado. Composto por mais de 30% de argila, esse tipo de solo apresenta características como maior retenção de água e maior resistência à erosão.

No entanto, o solo argiloso também é comum por sua maior capacidade de compactação, o que pode fazer com que as raízes não consigam se desenvolver, prejudicando o crescimento e a produtividade da lavoura. Além disso, esse tipo de solo também é mais sujeito ao alagamento após períodos de chuva.

O teor de argila no solo também pode influenciar nas correções com calagem ou gessagem. Isso, porque, esses teores influenciam diretamente no CTC do solo, base para o cálculo de correção por CTC.

O solo com alto teor de argila também afeta a disponibilidade de água e nutrientes. O fósforo, por exemplo, nutriente essencial no desenvolvimento das plantas, tende a ficar mais retido na fase sólida do solo argiloso.

Apesar de reter e armazenar mais água que os demais tipos de solo, o desafio é fazer com que essa água fique o máximo possível disponível para as plantas. Além disso, essa característica também afeta diretamente o manejo com máquinas na área úmida.


Tipos de solo argiloso

Em geral, os solos argilosos podem ser classificados como 1:1 ou 2:1. Essa classificação também pode influenciar no tipo de manejo e cuidado específico em cada lavoura.

O tipo mais comum são as argilas 1:1, encontradas em solos intemperizados como nitossolo e latossolo. Os minerais comuns nessa classe são a hematita, a goethita, a gibbsita e a caulinita.

Já as argilas 2:1 são mais raras em territórios brasileiros, aparecendo apenas em regiões mais específicas como no Rio Grande do Sul. Nessas áreas, são comuns solos classificados como chernossolos e vertissolos, com minerais como esmectita e vermiculita. 

Os solos 2:1 apresentam um arranjo estrutural que favorece a entrada de água e nutrientes em suas entrecamadas, o que melhora a CTC e aumenta a fertilidade natural do solo. No entanto, eles são extremamente pastosos quando úmidos e se compactam facilmente quando secos, o que dificulta o manejo ideal e suas operações.

Solo Argiloso

Principais dicas de manejo para um solo argiloso

Apesar das características particulares de cada solo apresentadas em análise, existem alguns cuidados de manejos que fazem toda a diferença para garantir uma boa produtividade e conservação da área. Confira!

1. Cuidados com a umidade

Os solos argilosos apresentam micropartículas que elevam o nível de porosidade da terra. Sendo assim, o arranjo estrutural desse tipo de solo diminui o fluxo da água e a troca de calor entre as camadas.

Tudo isso faz com que esse solo tenha uma grande capacidade de retenção e armazenamento de água. O que, porém, não significa que essa água esteja disponível para as plantas e que seja um ponto positivo.

Para reverter essa situação, é importante manejar o solo com o objetivo de impedir sua desestruturação. Ao favorecer a estruturação da terra, a disponibilidade de água é recuperada, fazendo com que ela seja usada para fins benéficos em sua lavoura.

Essa condição pode ser promovida através de práticas de drenagem e técnicas de cultivo que visem a conservação e reestruturação do solo. Com a maior facilidade de compactação, é importante evitar entrar com máquinas ou caminhar sobre o solo argiloso após períodos de chuva.

2. Atenção para a correção do solo

Após as análises de solo e cálculos com base no CTC será possível determinar o melhor tipo de calcário e manejo de correção para a sua área específica. No entanto, vale a pena ressaltar que, em geral, a necessidade de correção nos solos argilosos é maior que nos demais tipos – exceto em solos com argila 2:1.

Com isso, a necessidade de adubação também tende a ser maior. Por outro lado, as perdas por esgotamento nutricional são bem mais lentas nesse tipo de solo.

Ou seja, apesar do maior investimento no início de preparo do solo, os aportes de nutrientes e novas correções são menos frequentes ao longo do tempo. De qualquer forma, manter o calendário agrícola corretamente e realizar análises constantes é fundamental para evitar que a alta acidez prejudique sua produção nesse tipo de solo.

3. Melhorando a estrutura do solo

O cálcio presente no calcário, quando unido com a argila e matéria orgânica, consegue criar em agregado que ajuda na estruturação dos solos argilosos. E como já citamos, melhorar essa estrutura é a grande chave para equilibrar pontos como drenagem e disponibilidade de água e nutrientes para as plantas.

A cobertura de solo e a adição de matéria orgânica são boas práticas para melhorar a estrutura do solo. Em alguns casos, pode ser possível incrementar o material orgânico juntamente com a calagem no preparo da área.

Evitar a compactação, corrigir a acidez e fazer uma boa adubação é essencial para conseguir uma boa produtividade em sua lavoura. Com os cuidados e o manejo devido, o solo argiloso pode ser um grande aliado em seu negócio.

De acordo com estudos, culturas como milho, soja e trigo podem alcançar altas produtividades em solos argilosos bem manejados. Ao observar as particularidades de sua área específica e seguir as dicas de cuidado, cumprindo sua agenda agrícola a risca e de forma preventiva, será possível – e fácil – obter resultados surpreendentes em suas safras!

 

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Amanda Campos
Amanda Campos
Sou Engenheira Agrônoma especialista em produção e marketing de conteúdo para o Agronegócio. Fundadora da Agro Content.
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