Ranking de Despesas em Tecnologia no Cultivo da Cana-de-Açúcar

Publicado em 16/09/2021

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Existem uma infinidade de tecnologias disponíveis para a cultura da cana-de-açúcar, algumas delas podem ser obtidas de forma gratuita e outras pagas.

As tecnologias citadas devem ser avaliadas de acordo com as necessidades de cada fazenda e nível de produção da cana.

Os valores dos equipamentos são estimados e podem variar de acordo com a região e custo de cotação do dólar, prestador de serviço, marca e modelo de operação.

Para algumas estimativas de valores foi usado uma fazenda base com cerca de 2000 hectares de cana.


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Pulverizador

Equipamentos para realização de pulverizações são amplamente utilizadas dentro da cultura da cana-de-açúcar.

Existem alguns sensores que podem ser utilizados para localização e aplicações de produtores somente nas plantas vivas, com clorofila ativa.

Vale citar que estes sensores não diferenciam o que são plantas daninhas e o que são plantas de cana, então exigem certo cuidado no manuseio para não causar fitotoxidade na cultura principal que é a cana-de-açúcar.

Os pulverizadores de arrasto ou os mais simples podem ser adaptados com sensores inteligentes para controle de plantas daninhas nas entrelinhas da cultura da cana, mas também podem ser utilizados para catação e aplicação de produtos antes da emergência da cultura principal no campo.

Essa tecnologia permite maior controle das daninhas na cultura e menor competição com a cultura principal, assegurando melhores resultados de produção em toneladas por hectare.

Estes sensores podem ser acoplados a quadriciclos, tratores ou pulverizadores em geral e existem alguns modelos disponíveis no mercado.

Algumas marcas que você pode procurar destes equipamentos no mercado são:

  • Weedseeker (vendido no Brasil pela Trimble)
Weedseeker da Trimble
Fonte: Revista Cafeicultura
Weed-it da Croplands
Fonte: Croplands

Muitos são importados e vendidos por representantes nacionais e alguns são montados para aplicar um por linha de cana e outros conseguem atuar em faixas de 20 centímetros por bico, sendo necessário 1 sensor para cada 1 metro de barra (1 sensor controla 5 bicos espaçados a cada 20 centímetros).

Seu preço pode variar de alguns milhares de reais por equipamento por linha a mais de 6.000 dólares por metro de barra já com os sensores, bicos e mangueiras instaladas.

Os equipamentos autopropelidos possuem limitação de altura para entrar nos canaviais dependendo da fase em que se encontra a cultura, mas também são opções muito interessantes.

Aplicações para controle de pragas e ervas daninhas devem ser realizadas diversas vezes para canaviais que buscam maiores produtividades, uma vez que competições por água e nutrientes com as plantas daninhas acarretam em perdas de produtividade.

Pulverizador John Deere
Fonte: John Deere

O custo de um pulverizador autopropelido pode variar entre R$ 600.000 e mais de R$ 800.000.

Os sistemas e sensores para aplicações em catação ou aplicação apenas sobre as plantas vivas com clorofila ativa custam por volta de mais R$ 600.000 por equipamento dependendo do tamanho da barra de aplicação ou até mais que isso dependendo da cotação do dólar.

 

Tecnologia para Piloto Automático

O uso de sistemas de direcionamento automático trazem inúmeros benefícios que auxiliam na manutenção e aumento de produtividade na cultura da cana.

Na implantação dos canaviais, projetos de planejamento sistematizados de linhas de plantio asseguram um melhor paralelismo entre as passadas da plantadora de cana.

Com isso é possível aproveitar melhor a área útil de plantio de cada fazenda e obter incrementos em produtividade quando comparado a plantio realizados sem a utilização desse tecnologia.

Piloto Automático John Deere
Fonte: MFrural - piloto elétrico

A tecnologia de piloto automático também auxilia os trabalhos noturnos realizados pelos operadores na cultura, reduzindo pisoteio e amassamento das linhas de cana.

Sistemas de direcionamento automático auxiliam no controle de tráfego dentro das lavouras.

É possível comprar máquinas com bitolas com espaçamentos de 3 ou 4 metros ou múltiplos desses valores para conseguir maiores eficiências produtivas e menores pisoteios nas linha de cana, assegurando maior longevidade nas fazendas.

Com sistemas de direcionamento automático é possível realizar o controle de tráfego dentro dos talhões diminuindo fatores como compactação excessiva do solo em regiões próximas as raízes.

Assim, com uso dessa tecnologia a cultura consegue crescer em um ambiente menos compactado e aproveitar melhor a água e os nutrientes em áreas próximas às raízes.

Os sistemas de piloto automático possuem alguns sistemas básicos para sua operação, que são:

  • Monitor;
  • Receptor;
  • Rádio;
  • Chicotes;
  • Atuadores.

Os equipamentos possuem receptores de sinal GPS que podem estar corrigidos de acordo com as torres de sinal ou não.

Para construção das torres de sinal RTK (Real Time Kinematics), muito usadas na cana-de-açúcar, os custos totais podem sair na faixa de R$ 40.000 a R$ 100.000.

O alcance do sinal das torres fica na casa dos 20km de raio e devem ser planejadas estrategicamente para cobrir a maior quantidade de área possível, incluindo áreas de baixada, onde o sinal geralmente não é bom.

Nestes casos de recepção de sinal ruim, pode-se usar repetidoras de sinal para assegurar melhor coberturas para o uso dessa tecnologia nas máquinas agrícolas.

As repetidoras consistem basicamente de uma carreta para transporte, um rádio e uma bateria e conseguem captar o sinal da torre e enviar para as máquinas que estão trabalhando em áreas próximas porém com sinal ruim.

Além disso, existem modelos de piloto automático elétricos e hidráulicos presentes no mercado.

Os elétricos são geralmente mais fáceis de serem instalados e atuam diretamente na coluna de direção das máquinas agrícolas.

Os pilotos automáticos elétricos custam entre R$ 50.000 e R$ 80.000 para instalação.

As licenças de uso, dependendo dos sistemas de correção (para os equipamentos que não operarem com correção via RTK) podem custar alguns milhares de reais por ano e são adquiridos nas concessionárias que venderam os equipamentos.

Os pilotos hidráulicos são mais caros e atuam diretamente no rodado dos equipamentos.

Este tipo de tecnologia possui respostas mais eficientes que as elétricas, mas são mais complicadas de serem instaladas.

Basicamente a diferença visual durante a operação é que na tecnologia elétrica, o volante vira de forma automática com um mecanismo de cremalheira instalado logo abaixo da coluna de direção e nos hidráulicos, o volante fica parado e quem vira são apenas os rodados dos equipamentos, uma vez que o fluxo de óleo atua diretamente nestes sistemas.

 

Mapas para Aplicação de Insumos em Doses Variadas

Os mapas de aplicação de insumos em doses variadas são excelentes ferramentas de agricultura de precisão.

O mindset de agricultura de precisão significa compreender que as lavouras não são uniformes e traçar estratégias para manejar melhor as manchas visando retorno econômico e sustentável.

Os mapas de aplicação de insumos em doses variadas ajudam os produtores rurais a utilizarem os insumos de forma mais eficiente no campo.

Com mapas de amostragem de solo ou mapas de colheita na cultura da cana é possível levantar as manchas de fertilidade nos talhões e aplicar os insumos de forma inteligente no campo.

Para amostrar o solo e criar os mapas, o custo dessa tecnologia sai por volta de R$ 30 a R$ 45 por hectare, isso não inclui os custos das análises laboratoriais, que podem ser de R$ 25 a mais de R$ 100 por análise dependendo dos nutrientes e fatores analisados.

Com mapas de colheita é possível analisar manchas com maiores e menores produtividades e tratar as manchas com intuito de melhor atender as necessidades de cada área de acordo com estas zonas de manejo diferenciadas.

Com mapas de fertilidade do solo é possível criar mapas de aplicação, gerando recomendações mais eficientes visando atingir produtividades mais altas.

Mapas AgribaseMapa de Aplicação de Insumos
Fonte: Agribase

 

Satélites e Drones

Os satélites e os drones também estão se popularizando cada vez no mercado sucroalcooleiro.

Os dados provenientes de satélites podem ser gratuitos ou pagos.

Os mais comuns utilizados atualmente são oriundos dos satélites Landsat e Sentinel, ambos gratuitos quando processados em softwares livres, porém pagos se estiverem dentro de plataformas comercializadas por players do mercado.

Com o auxílio de mapas de biomassa é possível monitorar os talhões de cana, analisar possíveis manchas de pragas e doenças, reboleiras de nematóides e áreas degradas dentro das fazendas.

Satélite Sentinel-2
Fonte: Sentinel-2

Estes satélites também podem ser utilizados para desenhar e planejar os talhões e estradas na propriedade, facilitando o manejo da cultura e aumentando as eficiências em campo.

Com dados de satélites e análises de solo também podem ser criados mapas de ambientes de produção dentro da fazenda, que podem ser manejados de forma diferenciada para incrementar os lucros com a cultura.

Imagens de satélites pagas custam em torno de R$ 2.000 a R$ 5.000 cada, dependendo dos sensores, produtos de interesse e tamanho do pixel (resolução espacial).

Os drones por sua vez estão dia após dia ajudando nas lavouras de cana. Com o auxílio deles é possível:

  • Criar mapas do terreno;
  • Criar modelos digitais do terreno (MDT);
  • Criar modelos digitais de elevação (MDE);
  • Criar mapas de altimetria e declividade;
  • Monitorar pragas e doenças;
  • Realizar aplicações localizadas de produtos biológicos ou químicos;
  • Levantar linhas de plantio para colheita mecanizada com piloto automático;
  • Levantamento de projetos de curva de nível;
  • Entre uma centena de outras aplicações.

Drone na Fazenda de Cana

O custo de um drone para monitorar as lavouras podem iniciar em R$ 10.000 até modelos mais completos com sensores que podem ultrapassar R$ 100.000.

 

Aplicações Aéreas

As aplicações aéreas auxiliam no manejo pré colheita da cana-de-açúcar.

Aplicações de maturadores na cultura da cana são excelentes opções para assegurar colheitas no período ideal nas fazendas produtoras.

Uma vez que a cana é paga pelo ATR, ou seja, quantidade de açúcares recuperáveis na matéria prima, aplicações aéreas são as únicas opções nas fases finais de ciclo, uma vez que a entrada com autopropelidos ou pulverizadores é inviável dentro da cultura.

Aplicações aéreas utilizando aviões podem sair por R$ 30 a R$ 50 reais por hectare.

Para aplicar em uma área de 2.000 hectares os custos podem atingir cerca de R$ 60.000 a mais de R$ 100.000.

Os drones também são outra opção para este tipo de aplicação, porém sua capacidade operacional é bem mais reduzida quando comparado aos aviões.

O custo de aplicação de produtos com drone de pulverização varia de R$ 100 a R$ 150 por hectare dependendo dos serviços prestados.

Air Tractor
Fonte: Airtractor

 

Telemetria

Sistemas de telemetria auxiliam no controle da frota agrícola das propriedades canavieiras.

Atualmente as máquinas mais recentes possuem uma rede com sistema de comunicação chamada ISOBUS.

Esse protocolo de comunicação permite que sejam instalados sistemas para coletar e enviar dados das máquinas de formas automáticas a uma central de monitoramento.

A central não necessita estar presente dentro da propriedade agrícola e podem ser criados centros de inteligência em escritórios na cidade para análises e interpretação dos relatórios das máquinas.

Com relatórios em mãos é possível monitorar fatores como:

  • Temperatura do óleo;
  • Pressão do corte de base;
  • Consumo de combustível;
  • Possíveis paradas dos equipamentos;
  • Faixas de rotação do motor;
  • Manutenções preventivas;
  • Entre outras.

Com os dados em mãos, os analistas podem selecionar quais são as melhores máquinas para cada operação dentro das lavouras.

Máquinas com consumos de combustível excessivos podem ser enviadas para manutenções ou substituídas por outras mais eficientes.

Dessa forma a Usina São Manoel conseguiu otimizar sua frota agrícola em R$ 1 milhão por safra, sendo que com a mesma quantidade de maquinário agrícola conseguiu dobrar sua área de atuação aplicando essa tecnologia no canavial.

Softwares e sistemas de telemetria podem variar bastante de preço dependendo dos modelos de maquinário.

Existem empresas que cobram cerca de R$ 1.000 a R$ 3.000 para instalação de sistemas desse tipo em cada máquina agrícola monitorada.

Telemetria
Fonte: Kuhn

 

Software de Gestão

Com a geração excessiva de dados na lavoura com ferramentas de agricultura digital, cada vez os produtores de cana e as usinas necessitam de pessoas e softwares dedicados a estas operações.

Muitos ainda fazem a gestão em planilhas de Excel ou programas similares, porém atualmente temos softwares criados especificamente para auxiliar nesse trabalho no campo.

Softwares de gestão são muito úteis no planejamento e otimização dos canaviais.

Softwares como o CHBAGRO possuem muitas funcionalidades concentradas em um mesmo local.

CHBAGRO - O único software completo para produtores rurais do Brasil.

Como o software opera em nuvem, muitos níveis gerenciais podem ter acessos específicos e os dados podem ser acessados de qualquer lugar do mundo via celulares, tablets ou notebooks.

Dentro do software é possível analisar dados financeiros, relatórios de máquinas, custos com gestão entre outras funcionalidades.

Os softwares de gestão custam por volta de R$ 300 a R$ 1.500 por mês, dependendo do tamanho das propriedades e tipos de relatórios desejados.

Processos CHBAGRO
Fonte: CHBAGRO

 

Conclusão

Muitas destas tecnologias apresentadas podem ser terceirizadas na fazenda e atualmente existem uma infinidade de empresas e startups que prestam esse tipo de serviço as fazendas canavieiras.

Cabe ao produtor conhecer todas as tecnologias disponíveis no mercado e optar qual delas irá utilizar de acordo com os objetivos de curto, médio e longo prazo de suas fazendas.

Para reduções de combustível podem ser selecionados softwares de gestão e telemetria.

Para otimizações de aplicações de insumos podem ser realizados mapas de fertilidade, análises de solo e softwares de gestão e assim sucessivamente.

Uma coisa é certa, as tecnologias chegaram para ficar no campo e agricultura digital é inevitável as fazendas que quiserem reduzir seus custos e aumentar suas produtividades.

 

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Luis Gustavo Mendes
Luis Gustavo Mendes
Sou Engenheiro Agrônomo e Licenciado em Ciências Agrárias pela ESALQ/USP em Piracicaba-SP. Mestre em Engenharia de Sistemas Agrícolas, tema "Agricultura de Precisão" na mesma Instituição. Atualmente sou professor e empreendedor.
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